quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CRESCE O NÚMERO DE MULHERES CHEFIANDO FAMÍLIAS

Cresce número de mulheres chefiando famílias
Pesquisa do Ipea compara dados entre 1993 e 2006.Estudo revela desigualdade de gêneros e raças em aspectos sociais.

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (9) pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), realizada em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), aponta que o número de famílias de qualquer arranjo chefiadas por mulheres passou de 7.288.115 (19,7%), em 1993, para 15.748.829 (28,8%), em 2006.
No mesmo período, o número absoluto de famílias formadas por casais com filhos e chefiadas por mulheres passou de 247.795 (3,4%) para 2.235.233 (14,2%). Ainda de acordo com a pesquisa, nas áreas rurais, 14,6% dos lares com filhos são chefiados por mulheres, menos da metade dos 31,3% encontrados nas áreas urbanas.
A terceira edição da pesquisa “Retrato das desigualdades de gênero e raça” compara dados das Pesquisas Nacionais por Amostras de Domicílio (Pnad) 1993 a 2007. O estudo é realizado pelo Ipea desde 2005 e revela a realidade de brancos, negros, homens e mulheres do Brasil, e as mudanças ocorridas na última década. Entre os temas abordados estão população, educação, saúde, mercado de trabalho e distribuição e desigualdade de renda.

Desigualdades de raça
O estudo também aponta que ainda há uma grande desigualdade entre brancos e negros. A pesquisa revela que negros e negras estão menos presentes nas escolas. Eles apresentam médias de anos de estudo inferiores e taxas de analfabetismo superiores. No ensino fundamental, a taxa de escolarização líquida (que mede a proporção da população matriculada no nível de ensino adequado à sua idade) para a população branca, em 2006, era de 95,7% e de 94,2% entre os negros. No ensino médio, essas taxas correspondem, respectivamente, a 58,4% e 37,4%.
A participação dos negros no mercado de trabalho e a diferença dos salários na comparação com os trabalhadores brancos também foi alvo do estudo. Em 2006, os negros recebiam R$ 502, em média, por mês, contra R$ 986,50 dos brancos. Os pequisadores afirmam que os negros entram mais cedo no mercado de trabalho e saem mais tarde. A taxa de participação no mercado da população negra de 10 a 15 anos em 2006 era de 15%. Entre os brancos, era de 11,6%.
Já entre a população negra com 60 anos ou mais, 34,7% encontravam-se ocupados ou desocupados em 2006, comparados a 29,3% da população branca na mesma faixa etária.
Na comparação do acesso aos bens de consumo, itens como geladeira, máquina de lavar e televisão são mais comuns em casas de brancos do que de negros. Cerca de 75% da população branca não possui freezer. Entre os negros esse índice corresponde a 89,3%. Entre os que não possuem telefone, os negros saem novamente na frente, com 67,4% e 43,9% dos brancos.

FONTE: acesso dia 09/09/08 - www.g1.com.br

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